quinta-feira, 26 de julho de 2012

A velha história

quinta-feira, 26 de julho de 2012 0

@jefercastro

A velha vagava sem rumo. A cabeleira branca e o rosto encarquilhado. Uma senhora. Vestia sobretudo amarelo pálido. A bolsa de pano permanecida embaixo do braço. Cheia de moedas e fotografias. A cidade, o campo, a vida e a morte. Ela é a história que se modifica e abraça os fatos... que beija o cotidiano e respira a notícia. Muda e transforma. Sem limite. Livre. É a história dos livros, dos capítulos da humanidade.

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A história humana serpenteia nos mais variados confrontos, seja ele idelógico ou armado. Não podemos estudar a origem dos objetos humanos sem sentir o conflito onipresente. Guerras, ditaduras e crises. Um cenário que só perpetua a visão do defeituoso ser homem. Onde há gente, há erro e acertos. Não esquecemos do pensamento que reflete a realidade: sempre tem um bom e mal profissional, alguém oportunista e sorrateiro.

A esperança se diverte aqui e ali, quando são evidenciados gestos honestos e dignos, mesmo perante o dinheiro. Tudo acontece tão escondido, nem parece que existe. Mas as pessoas devem ser corretas, e o correto não deve ser o anormal, tampouco causador de espanto.

Um exemplo disso foi visto no começo do mês. Moradores de rua, em São Paulo acharam 20 mil reais e devolveram. Em seguida, após o gesto, que posso chamar de empático e bonito, foram contratados pelo dono do dinheiro.

Devemos, mais do que nunca, alimentar as boas atitudes. O lucro, dessa forma, é permanente.


quinta-feira, 31 de maio de 2012

Abalos na identidade política

quinta-feira, 31 de maio de 2012 0
@jefercastro

A crise de representação política do Brasil está relaciona a aspectos históricos que passam por partidos frágeis, crise políticas e grupos organizados e partidários, além da própria distância entre povo e o objeto político. Causas e consequências, ao mesmo tempo.

Dos anos 40 a 80, podemos ver instabilidade em nossa sociedade, um ciclo de democratização e ruptura da democracia que só enfraquecia as nossas poucas bases políticas.

A fragilidade dos partidos políticos nacionais seguem todos com pouca consistência e firmeza diante da população, sem naturalidade e experiência - Artificialismo. Novos e aritificiais. Muitos são os discursos propagados com aquela cara plástica, de uma realidade distante que precisam se preocupar, mas, em certo nível, não a entendem. São refúlgio e artifícios de uma elite que não quer perder sua representação, refletindo a mais arcaica de nossa formação histórica, com aspectos do coronelismo e da aristocracia enraizados.

O personagem político é, por sua vez, forte. Candidatos e figuras que são eleitos pelo carisma e acabam acima do seu próprio partido. Vargas e Lula são dois exemplos. Ambos ganharam apoio dos trabalhadores, como personalidades fortes e não como membros de certo partido. Eles foram os eleitos e não o partido como um todo. O primeiro conseguiu equilibrar a relação público-privado e virou quase um santo, “o pai dos trabalhadores”. Isso evidencia cada vez mais a herança patriarcal da nossa sociedade, que acaba glorificando o emocional e o personagem presidente.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

É assim que se faz

segunda-feira, 30 de abril de 2012 0
@jefercastro

A prática jornalística, em teoria, deve ser pura e simplesmente feita para a população, com a busca de fatos e fontes que possam construir uma notícia e contextualizar social e historicamente no cotidiano das pessoas. Além disso, deve estar próximo da sociedade como receptora das informações e ter sua capacidade prestativa e esclarecedora.

No entanto, o que se vê é uma busca descontrolada pela produção capitalista da informação, na qual se valoriza a notícia como um produto e a sociedade como público-alvo, que nem sempre consegue conectar o que lê, vê ou ouve ao seu cotidiano, neutralizando a teoria e a prática jornalística. Pode-se voltar ao fato da socialização dentro das empresas, onde cada jornalista deve se encaixar na cultura e política da organização e, dessa forma, desenvolver as suas atividades sob controle comercial e ideológico do coletivo. Mas isso não quer dizer que o falso e é promovido, mas uma verdade manipulada dentro de alguns aspectos humanos que têm a proporção da empresa dentro do sistema.

O cotidiano é visto e trabalhado superficialmente, devido à concorrência das mídias dentro de um curto prazo. O tempo define a qualidade e a lógica jornalística voltada à sua audiência. Tudo parece acabado, mas podemos encontrar veículos que conseguem transmitir e interligar as informações e o fato em si ao cotidiano do cidadão comum, que acorda cedo e trabalha e parece preocupado com aumento da tarifa do ônibus, pois sua filha estuda longe e também depende do transporte público. Tal cenário mostra como existe alternativas perante notícias pouco claras e instrutivas.

E essa diversidade de abordagem reflete a desigualdade cultural, de educação e social dentro da própria sociedade, que necessita de coisas filtradas para cada público, de forma específica. Isso não quer dizer, contudo, ignorar a simplicidade, clareza e coerência básicas de um jornalismo puro e que ainda cumpre seu papel estabelecido ideologicamente para o bem-estar social. 

TEXTO-BASE: O cotidiano do homem comum e o cotidiano sob o enquadramento do jornalismo: falamos do mesmo cotidiano? - Jorge Roberto Tarquini

segunda-feira, 12 de março de 2012

Educar é agir

segunda-feira, 12 de março de 2012 0
@jefercastro

A menina não teve aula naquele feriado. Saiu de casa toda feliz pela rua. O parque deveria estar mais verde e mais bonito naquele dia. Caminhou pelo gramado da vizinha, sorriu para o cachorro adormecido na calçada e atravessou.

Do outro lado encontrou a mulher mais descabelada que já vira. Aquele sorriso simples naquele rosto já encarquilhado. Admirou-a.

A velhota gesticulou repentinamente. A menina desconheceu. As mãos da mulher dançaram novamente. A menina temeu. E continuou seu caminho.

Ao final da tarde, a menina repetiu o percurso e se sobressaltou com a mesma senhora no mesmo ponto da calçada. Viu os gestos dançantes novamente e não entendeu. Mas se lembrou que a professora disse que tinha que respeitar os mais velhos e que fez um discurso penoso sobre o assunto.

Logo estendeu a mão para senhora, sorridente.  A senhora apertou-a firme.

Fez o que aprendera na escola: teve empatia não somente pela idade da mulher, mas pela pessoa que ela era. Levou-a, enfim, até o outro lado.

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Eu comento

A simplicidade da atitude de uma criança e da lembrança que ela teve na escola nos faz imaginar e, sobretudo, refletir, que as pessoas têm um sentido empirista de viver.

Objetos políticos, sociais e econômicos moldam um ser humano cada vez mais experiente, assim como um abraço do pai e o reconhecimento de uma professora por uma tarefa bem feita. São esses mesmos objetos que nos guiam a fazer as coisas de um jeito ou de outro. São as pessoas e seus exemplos que se tornam referências para a rotina.

A educação dentro de uma sociedade desenha as qualidades e defeitos do seu próprio cenário. Ela tem esse papel de promover uma qualidade de vida melhor, com a visão de transformar, por exemplo, toda a riqueza de um país em qualidade de vida para o cidadão comum.

A escola não deve apenas se basear numa lista infinita de livros didáticos, mas também em dialogar com seus alunos sobre o ser humano que ele é e o meio social onde ele vive. Mostrar que doenças podem ser evitadas pela simples informação em um cartaz na janela do ônibus ou por uma superpalestra num portal superfamoso.

Dessa forma, por fim, cria-se uma sociedade crítica ao seu próprio espelho, que sabe valorizar os seus recursos, seja ele em forma de abstrata informação, ou em formas físicas.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A rede extraordinária

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012 0
@jefercastro


As pessoas que utilizam frequentemente a internet e, sobretudo, aqueles fervorosos usuários das redes sociais sabem do poder e do relacionamento possibilitado pela mídia digital.

A isso refiro os vários nomes que não param de brotar dessa plataforma midiática, em grande escala pública. Uns somem rápido e outros se consolidam e acabam pautando outros veículos, como a TV e o rádio.

Exemplos de bem sucedidos não são difíceis de achar, como os donos de vlogs Felipe Neto e PC Siqueira, que acabaram ganhando espaço em programas televisivos. O primeiro ganhou horário no canal privado Multishow, enquanto o segundo aparece na aberta MTV.
Sem falar em cantores anônimos, como Sthefani Cross Fox, e já famosos, como o tão comentado Michel Teló, que ganharam ampla visibilidade, devido ao livre acesso de seus vídeos musicais.

E ainda a tão distante Luiza do Canadá, que surgiu do simples fraseado do pai em objeto publicitário.

Quando falamos em internet não podemos deixar de citar dois aspectos: velocidade e abrangência. A rapidez com que uma palavra é publicada e a ampla visibilidade são pontos que definem essencialmente o emaranhado técnico da rede de computadores.

São informações demais. Textos e imagens em produção massiva. A internet, assim, se transformou numa ferramenta crucial para a era moderna. Ela segue o padrão agitado e que nunca dorme das cidades globais, do centros urbanos tão iluminados, e, principalmente, segue a linha progressista do homem moderno, do legado ”informar e ser informado”.

O cenário desenhado é quase natural. A linha de comunicação está mais rápida e eficiente, ninguém (acredito que quase ninguém mais) envia um mensageiro medieval para outra cidade. E-mails, DMs, tweets, scraps, curtir, comentar – substantivos e verbos que ganharam formas futuristas e eficazes no que sabem e foram criados para fazer.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ser humano, ser urbano

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012 0
@jefercastro

O conceito e a prática da urbanização é um tanto automática, e até desleal. As pessoas vão se acomodando e formando as periferias, enquanto os centros fabris e administrativos sugam todo o trabalho.

A estrutura vai se consolidando. Quanto mais longe das coisas úteis, mais barato é viver. Algo tão cruel e desgastante, que o cenário pintado é da mais pura produção massiva, para perpetuar o capitalismo – o leito e a soberania do lucro.

Por incrível e tosco que possa parecer, quanto mais prédios haja e mais desenvolvida seja uma cidade, mais imponente ela atua, fazendo juz à letra de Chico Buarque, “A Cidade Ideal”, onde se discursa que “a cidade é uma estranha senhora, que hoje sorri e amanhã te devora”. A quantidade de carros, o barulho e a multidão são elementos que engordam tal ideia. Ter o bom senso no fazer, no entanto, pode ser um recurso para driblar os problemas urbanos e fazer a cidade sorrir sob seus pés.

Assim também, os três setores (matéria-prima, produção e serviços) se alinham como os astros naturais, trazendo a magia do comprar e ganhar, do estar no mundo dos shoppings, ou seja, o resultado do ser urbano. Não creio que definir esse idealismo comercial como tão diabólico seja o mais correto.

A formação do lugar urbano tem que ser oriunda de um plano futurista, com visibilidade e empatia, pensando em conteúdo e dimensões para desenvolver um senso crítico nos cidadãos, para, assim, os mesmos administrarem o objeto público. Dessa forma, as pessoas criam um ciclo rápido de cobrar e fazer, cidade e Estado, alimentando os serviços básicos de saúde, educação, cultura, lazer e também o mercado de trabalho.

Acredito na junção da atitude comercial com a prática social, de direitos e deveres a cumprirem, visando, por fim, o bem comum.

 
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